GENERAL SANTANA – PROFECIA CONFIRMADA

Todos devem conhecer a Doutora Relindis Ferraz Santana, advogada militante de nossa Comarca. E certamente conheceram seu falecido esposo, o Tenente Santana que, por muitos anos foi Delegado do Serviço Militar em Rio Claro. Doutora Relindis, pelos idos de 75 ou 76 colaborou bastante no meu antigo Escritório de Advocacia, que ficava na Avenida 3 n. 733.

Meses atrás encontrei-me com ela no Fórum, e perguntei pelo seu filho, que eu sabia ter abraçado a carreira militar, no Exército Brasileiro,  e estava fora de Rio Claro há muito tempo. Disse-me ela  que o filho estava bem, e que acabara de ser promovido a General de Brigada, e que ela deveria, nos próximos dias viajar para Brasília, com a finalidade de assistir à solenidade respectiva.

Foi então que me animei a contar-lhe um fato, certamente do seu conhecimento,  do qual ela se esquecera.

A solenidade deu-se onde é hoje o Museu Histórico, na rua 7 com avenida 3. Tenho que na época a Delegacia do Serviço Militar ali estava instalada. Deveria ser uma visita de oficiais superiores, ou mesmo – como Doutora Relindis me falou – a solenidade de transmissão de cargo, pela aposentadoria do Tenente Santana.

O certo é que um Coronel cujo nome não registrei, mas que era de um tipo físico forte, com cabelos a escovinha, pronunciou um discurso, do qual gravei bem uma parte importante. Dizia o Coronel, registrando a presença do Aspirante a Oficial ou do jovem Tenente Santana, o filho, exaltou as qualidades daquele que iniciava a carreira militar, e que haveria de cumpri-la integralmente, atingindo ao generalato.

Na ocasião eu me lembrei de  imediato de um texto publicitário da campanha do General Lott  à Presidência da República, em 1.960, cujo título era “O que representam os bordados na farda de um general”. O texto foi publicado no “Cruzeiro” [[1]], em página inteira, e sintetizava os esforços e dificuldades vencidas pelo Aspirante a Oficial, até atingir o generalato, os cursos, as seleções, os soldos nem sempre compensadores, as aposentadorias compulsórias, as quotas de promoção, etc. Enfim, o tal texto para o garoto que eu era, marcou-me muito, a tal ponto de, até hoje, devotar um respeito e uma reverência especial aos nossos Generais. Evidentemente, com o passar dos anos conclui que nem todos mereciam tal consideração. Todavia, nunca me esqueci que o texto publicitário a que me refiro concluía que a farda de um general era símbolo de uma vida inteira dedicada à nação.

Os anos se passaram, talvez uns trinta, e eis que a profecia do Coronel se confirma. O então jovem Aspirante ou Tenente tornou-se, por seus méritos, o General Santana. E eu vivi para ver confirmada a profecia, e cumprimentar a senhora sua mãe, minha amiga, com uma santa inveja.

Que o Senhor Todo Poderoso ilumine sempre a carreira do General Santana, cuja farda há de representar,.com certeza, o símbolo de uma vida dedicada à Nação, para orgulho totalmente válido de sua família, e de Rio Claro.

Irineu Carlos de Oliveira Prado

Desembargador Aposentado do Tribunal de Justiça de S. Paulo,

e advogado militante na Comarca de Rio Claro.

 

[[1]]- Revista semanal há muitos anos desaparecida, e que certamente foi a mais lida do Brasil. Chegou a publicar acima de 500.000 exemplares por edição, tiragem que a “Veja” só atingiu várias décadas depois. Tinha inclusive uma edição internacional, em espanhol.

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