GUERRA NA UCRÂNIA.

O ataque sem justa causa – pelo que é sabido – já nem é notícia de primeira página. O que deveria durar semanas, diante da superior força militar russa, encontrou resistência tenaz e heroica. Os que tinham condições (mais de dez milhões) trataram de sair da terra castigada.

A Ucrânia recebe fundamental ajuda militar externa, majoritariamente dos Estados Unidos. Não consigo deixar sem registro: estes americanos são doidos por uma guerra, desde que fora de suas terras. Assim se deu nas duas grandes guerras, na da Coréia, do Vietnã, do Afeganistão, e onde mais nem todos sabem. Todo poder de fogo e destruição longe, sem que em terras do Tio Sam sequer um traque inimigo tenha sido eclodido. Ressalvado – é claro – o atentado de onze de setembro, e a guerra da Secessão.

Mas enquanto o pau quebra na terra de Zelensky, na luta dos que não conseguiram exilar-se (muitos até para o Brasil) fico a imaginar como deve estar a Vida naquelas terras que já foram quiçá a mais adiantada das repúblicas soviéticas. Como andaria sua economia hoje? Quem produz o que, sob bombardeio?

Para quem vendem? Recebem em dólar? Há dinheiro em papel moeda circulando? O Produto da venda é depositado em Banco? As contas são livremente movimentadas? A lavoura teria sofrido interrupção pela Guerra? Teremos próxima safra?

Como andará a previdência social? Os idosos estão recebendo seus proventos?

E os empregos? Há empresas em atividade normal?  Os produtos alimentícios são encontrados nos supermercados e armazéns? Podem ser pagos com cartões de crédito?

Os salários estão mantidos em valores reais, pagos em dia? Direitos trabalhistas estão sendo respeitados?

De Turismo, evidentemente, nem se cogita.

Os políticos, fisicamente aptos e em idade adequada, mereceram convocação para o serviço militar, na defesa da pátria azul e amarela? Mas, politicando estão, pelo que se viu há semanas, quando um ministro foi defenestrado, acusado da conhecida prática – não no Brasil – de corrupção.

Como está a alimentação dos ucranianos, no dia a dia, fora do teatro de guerra? Os produtos alimentícios básicos, da lavoura e da pecuária, industrializados ou não, são encontráveis, a preços justos e quantidades suficientes?

Como estarão sendo racionados os combustíveis derivados do petróleo, e a eletricidade?

Os sindicatos de trabalhadores e as escolas estão funcionando?

Como a dona de casa ucraniana tem-se desdobrado para preparar a refeição de seus familiares, sem falar das outras despesas (água, luz, etc.)?

Sobre moradias nada há para ser perguntado, tanto que se vê de prédios destruídos.

Supondo-se que a guerra termine nos próximos dias, num milagroso armistício, quanto será gasto, e em quanto tempo a Ucrânia será reconstruída? Ainda supondo que não haverá superfaturamento nas obras de reconstrução.

Os fieis, das diversas denominações, estão conseguindo acesso aos seus templos, sem risco de vida? As igrejas encontram-se em pé?

Mais poderia ser indagado (sempre com o óbvias respostas negativas), considerando que a Ucrânia, ao que se saiba, era – e queira Deus continue sendo – país democrático e de profunda índole cristã.

Com certeza, há outros tantos motivos para que rios de lágrimas ainda corram torrencialmente, por conta dos horrores desta guerra insólita.

Rogo que rezem pelo fim da guerra, para que a Ucrânia e seu povo voltem à jornada de paz e prosperidade, muito desejada e que terá reflexos positivos na economia mundial.

O Autor é advogado militante na

Comarca de Rio Claro (OAB/SP 25.686) e

Desembargador Aposentado (TJ/SP).

E-MAIL: oliveiraprado@aasp.org.br

www.oliveirapradoadvogados.com.br

 

Publicado em 23/03/2023,  Jornal Cidade (Rio Claro/SP), Página 02.

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1 Resultado

  1. Sonia Aparecida Alem Marrach disse:

    Parabéns pelo brilhante artigo Dr. Irineu!

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