ELEIÇÕES: RIO CLARO PERDEU

Apurados eletrônica, rápida e validamente, os votos das últimas eleições, é bem de ver-se que nosso Município foi derrotado. E nisto, a manchete desta CIDADE, de ante ontem, é eloquente: “Eleitores de RC deram 144.000 votos a Candidatos de Fora”.

Infelizmente, o resultado não é inédito, apenas repete o de pleitos anteriores, em que os candidatos locais foram preteridos. E todos os candidatos aqui foram votados.

Tanto que nunca tivemos um Deputado Federal da Terra. Francisco Scarpa, embora ex-prefeito de Rio Claro, tinha seus maiores interesses e residência em São Paulo. Ulisses Guimarães, conquanto nascido em território rioclarense, não residia em nossa cidade e aqui pouco votado, com sufrágios em todo o Estado, era político estadual, ou mesmo nacional, tanto que presidiu a Assembleia Constituinte de 1.988.

No âmbito estadual, durante vários mandatos, José Felício Castelano, o saudoso Gijo, representou Rio Claro na Assembleia Legislativa, de forma meritória.

E, mais recentemente, vindo de vários mandatos profícuos em prol de Rio Claro, Aldo Demarchi em 2.018 só chegou à primeira suplência nas vagas da ALESP, assumindo o mandato apenas neste ano. E agora, nem com votos locais (17.000) e com os de outros municípios, num total de 33.000, foi eleito.

No último pleito, a votação dos candidatos locais aproximou-se de trinta mil votos, tanto para candidatos a deputado federal como a estadual. E, mesmo com votos em outros municípios, nenhum dos nossos candidatos chegou perto dos menos votados e eleitos, a federal (71.754) ou estadual (45.094). Assim, prosseguiremos sem representantes em São Paulo e Brasília.

Confesso que sinto uma santa inveja do eleitorado piracicabano, que elegeu, neste pleito, três deputados estaduais.

Parece lógico que candidatos de fora tendam a se interessar pela solução dos problemas e necessidades de seu município e de sua base eleitoral. Tanto é que a deputada estadual eleita, destinatária de 13.500 votos na eleição passada, nada fez por Rio Claro, que nem saberia dizer onde fica. Verdade que, agora, foi contemplada com míseros dois mil votos, como candidata ao senado.

Enfim, Rio Claro está órfão. Seja perante o Governo Estadual, ou Federal, na dependência de que algum eleito se interesse pelo município.

Certo, porém, que o vezo de prestigiar o candidato de fora não parece ser apenas municipal. Políticos que nunca militaram no Estado, nem no serviço público ou na iniciativa privada estaduais, e que se dizem residentes no Estado só após registro do domicílio eleitoral, tiveram maravilhosa acolhida pelos eleitores paulistas.

É o caso de ex-ministros. Um que venceu o primeiro turno como candidato a Governador, e outro eleito para o Senado. E também do rebento presidencial, segundo mais votado eleito Deputado Federal, sabidamente carioca da gema.

De todo modo aguardo, com firme esperança, que os eleitos não decepcionem seus eleitores. E que Deus os ilumine, para que bem cumpram seus mandatos, em prol do sofrido povo paulista e brasileiro.

Por derradeiro, espero não incomodar muito o Senhor Todo Poderoso, nem lhe pedir o impossível, ao rogar que os eleitos em segundo turno, Governador e Presidente, contem com Sua proteção e ajuda, para exercer suas altas funções com grandeza. O povo está por merecer o melhor.

O Autor é advogado militante na

Comarca de Rio Claro (OAB/SP 25.686) e

Desembargador Aposentado (TJ/SP).

E-MAIL: oliveiraprado@aasp.org.br

www.oliveirapradoadvogados.com.br

 

Publicado em 05/10/2022,  Jornal Cidade (Rio Claro/SP), Página 02.

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1 Resultado

  1. Ester disse:

    Tbm lamento profundamente, pois esperava que, pelo menos o Aldo fosse eleito. Que Deus tenha misericórdia de nós.

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