FÓRUM & INAUGURAÇÃO.

Não vou-me referir ao prédio construído na Cidade Judiciária.

E que, merecidamente, recebeu o nome honrado do Doutor Luís Gonzaga de Arruda Campos. Fórum este cujo uso está demorando tanto que – ao abandono – quiçá deva ser reformado antes que tenha a utilização a que se destina.

Como sempre digo, Dr. Luisinho foi modelo de Juiz e de operador do Direito. Judicou em Rio Claro por mais de vinte anos, sempre residiu na Comarca. Mesmo após sua aposentadoria, e até que a morte o conduziu para a Mansão dos Justos. Pena que velista.

O Fórum da Avenida Cinco, em frente da Praça da Liberdade (Desembargador Paulo Colombo Pereira de Queiroz) acaba de completar cinquenta anos, inaugurado em 23 de junho de 1.972, numa grandiosa festa cívica que jamais se repetiu em nossa cidade.

Presentes quase todos os advogados militantes da Comarca, promotores, procuradores de Justiça, desembargadores, juízes dos Tribunais de Alçada, da capital e do estado. Além de funcionários forenses e a população em geral. A coroar o prestígio que dr. Luisinho era contemplado.

A Banda da Guarda Mirim abrilhantou a festa.

Na Sessão Solene, realizada no Salão do Juri, tantos eram os convidados para lugar de honra da Mesa, que um desembargador acabou tomando assento no banco dos réus. Todas as poltronas ocupadas, e muitos ficaram em pé, inclusive eu.

Dr. Luisinho proferiu apenas algumas palavras, protocolarmente, e na forma do cerimonial. O orador oficial foi o doutor Antônio Joaquim de Oliveira, Juiz da segunda vara, e anos depois, Desembargador. Proferiu acalentado discurso, com lastro em muitas laudas datilografadas que, num dado momento, foram ao chão, o que serviu para se quebrar a sisudez da solenidade. Por longos segundos.

Posteriormente, houve almoço/churrasco no Clube de Campo, patrocinado pela Prefeitura, sendo prefeito o querido Dr. Álvaro Perin, muito mais advogado do que político.

O prédio do fórum inaugurado abrigava tudo que se referia ao Poder Judiciário:  cartórios de notas, ofícios de justiça, cartórios eleitorais, secretaria, cartório de Registro Civil, Distribuidor, Cartórios de Registro de Imóveis, etc.

Inclusive o espaço destinado à Ordem dos Advogados devia ter ao menos oitenta metros quadrados. Era, realmente, prédio de dimensões gigantescas, comparando-se ao aperto que as duas varas de então, ocupavam o último andar do prédio da Caixa Econômica Estadual, da época, e hoje Banco do Brasil, na rua 3 com avenida 2.

Porém, com a oficialização dos cartórios judiciais, criação de novas varas, e tudo mais que exigia espaço, nosso fórum acabou ficando pequeno. Abriga hoje, muito acanhadamente, as três varas criminais, as quatro varas cíveis, e as duas varas de família e sucessões. Além do salão da Juri, não usado todos os dias, mas que precisa existir. Para a vara da Fazenda Pública e do Juizado Especial, serviços de conciliação, assistência social, e psicologia e outros é utilizado prédio vizinho.

Espera-se que instaladas parte das varas do Fórum atual, no novíssimo, quer varas cíveis ou criminais, maior conforto seja oferecido a todos que mourejam no prédio da Avenida Cinco.

É certo que, vitorioso o processo eletrônico, os advogados praticamente não mais frequentam o local, tanto como anteriormente.

 

O autor é

Advogado militante nesta Comarca (OAB/SP 25.686).

E-mail: oliveiraprado@aasp.org.br

www.oliveirapradoadvogados.com.br

 

Publicado em 30/06/2022,  Jornal Cidade (Rio Claro/SP), Página 02.

 

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