BATIZADO & VACINAÇÃO

Todos sabem que o nosso Presidente negacionista recusa-se a ser vacinado contra Covirus 19, contrariando o que pensam todos os de bom senso, brasileiros e do mundo científico. Ultimamente, além de embaçar o início da vacinação nas crianças e adolescentes, afirma que não permitirá que sua filha menor, a bela Laura, receba o imunizante.

Ignora-se o que pensam disto a primeira dama Michele, ou a princesa sua filha.

Com o acima esclarecido, vou ao ponto em que isto me reporta.

Antônio (nome fictício) era muito amigo de meu falecido pai. Companheiro de política, de sindicato, das greves na Paulista, e até nas pescarias. Isto pelos anos de 1960. Não vou declinar seu nome correto porque seus filhos, meus conhecidos, podem não gostar.

O certo é que Antônio era homem sério por demais, totalmente honesto, cumpridor de suas obrigações como ferroviário nas oficinas da Paulista com destacado rigor.

Amigo de minha casa, chegou a presentear-me em aniversários, com livros de matemática, que até hoje tenho comigo.

Era religioso, de forma diferente. Estudioso da Bíblia, cuidava de seguir os preceitos da Sagrada Escritura. Não frequentava igreja, e seus filhos tinham nomes bíblicos.

Ainda, não apresentava seus rebentos para o batismo, na Igreja Católica, que era quase unanimidade naqueles tempos, e nem noutra. E não permitia que sua senhora isto fizesse.

Mas, à época, o sacramento do batismo era muito respeitado. Falava-se, entre outras aleivosias, que seria negado o paraíso se criança morresse sem batismo. Outras afirmações equivalentes assustavam mães e avós.

E nisto, a genitora dos filhos de Antônio, e a mãe desta, estavam concordes. Tinham, porque tinham, que batizar os filhos do bom homem, religioso a seu modo.

Os ferroviários das Oficinas da Paulista, quase todos, e também Antônio, laboravam em horário fixo: das 6:30 às 10:30 e das 12:00 às 16:30 horas, de 2ª. a 6ª. feira. Aos sábados das 6:30 às 10:30 horas.

No horário do trabalho, já antecipadamente combinado, levavam o pagãozinho ao Padre Paulo (por muitos anos pároco da Matriz de N. S. Aparecida), que oficiava o batizado, de sorte a tranquilizar mãe e avó materna. E sem objeção do pai, que de nada sabia.

Falando agora do Capitão Presidente, o pai de Laura pode ser durão e encasquetado com a não vacinação de sua filha Laura. Como estará a mãe dela, com a morte de muitas crianças e adolescentes, vítimas da covid 19, e não vacinadas? Preocupada, ou não?

Será que Dona Michelle não irá, como feito pelas mulheres acima, procurar um Padre Paulo (no caso um Posto de Vacinação), para garantir a imunidade de sua filha à insidiosa e mortal moléstia?

Duvido que não. Presente – até onde suponho – que o amor de mãe é superiormente maior que o de pai. Torço por isto.

Autor é advogado militante na

Comarca de Rio Claro (OAB/SP 25.686)

E-MAIL: oliveiraprado@aasp.org.br

www.oliveirapradoadvogados.com.br

 

Publicado em 10/02/2022,  Jornal Cidade (Rio Claro/SP), Página 02.

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