TRENS A RIO CLARO
Irineu Carlos de OLIVEIRA PRADO
Como deve saber o leitor, a preocupação com a volta dos trens de passageiros a Rio Claro está depositada na Comissão pela Volta dos Trens de Passageiros a Rio Claro, criada pela colega Rosa Catuzzo, quando presidente da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 2015. Dela participam, além deste articulista, os colegas Claudio dos Santos Silva, Domingos Edmundo Macha, Irineu Carlos Maintinguer de Oliveira Prado, Simone Widmer, José Gustavo Viegas Carneiro, e Nelson Trivelato.
De lá para cá a Comissão tem procurado chegar a quem de Direito, o magnifico memorial com vinte e cinco mil assinaturas de rioclarenses, pugnando por esta justa reivindicação. E já foi melhor sucedida. Ao tempo do Governador Geraldo Alckmin foi por ele recebida, a quem entregou várias caixas com os abaixo-assinados.
Depois disto, sem o Deputado Aldo Demarchi, o trabalho tem-se tornado mais difícil. Como já escrevi em artigo anterior, nesta Cidade (“Ainda ferrovias” – 06.02.25) deputados eleitos e mais votados em Rio Claro, tanto estaduais como federais, mostraram-se indiferentes ao pleito da Comissão. O que me leva a repetir que o rioclarense precisa cuidar bem da escolha de seus candidatos. Estes que só aparecem nas vésperas das eleições precisam ser esquecidos.
Mas a Comissão não desiste. Agora está tentando conversar com o Prefeito, diretamente, já que o Vereador Serginho Carnevale mostrou efetividade na intermediação prometida. Por certo o Prefeito não irá recusar-se em colaborar.
Também o colega tesoureiro da Seção Paulista da OAB, Alexandre Sá, está-se empenhando em marcar audiência da Comissão com o Secretário Rafael Benini, da Parceria e Investimentos. Que, no Estado, cuida do assunto.
Interessado no trabalho da Comissão, o Deputado Dirceu Dalben, Presidente da Frente Paulista das Ferrovias virá, na sexta feira dia 25 próximo, às dez horas, participar de nossa reunião, quando espera-se receber o seu valioso apoio, a fortalecer a aspiração dos rioclarenses.
Mudo um pouco o enfoque, mas sempre tratando de ferrovia. Recebi do colega Nelson Trivelato, integrante da Comissão, cópia de artigo publicado na revista Super Interessante, de janeiro último, escrito por Bruno Vaiano, com título bem realista: “Porque trens são coisa tão rara no Brasil?”
O articulista tece valiosas considerações históricas, desde a produção de café, levando à construção de ferrovias, para transportar as safras aos portos, passando por épocas de sucesso, até chegar à absolência, com as estradas de ferro entregues ao Estado, sem interesse na ampliação e nos investimentos. E, por fim, entregues à iniciativa privada.
Depreende-se do artigo que não foi propriamente a indústria automobilística que matou a ferrovia. Ela já estaria à morte quando essa importante indústria floresceu, dos anos 60 em diante.
Neste particular, tratando de situação bem próxima, sempre entendi que a Companhia Paulista, a ferrovia que servia os rioclarenses, e que até hoje é tão cara, começou rumar para seu fim, quando o Governo de São Paulo, em 1961, recusando-se a conceder aumento de tarifas, desapropriou suas ações, e assumiu sua administração.
A partir de então, administrações sem critério técnico, com empreguismo político, e nenhum planejamento, deu no que deu: sucateada, foi entregue à iniciativa privada, que só usa seus trilhos para o transporte de cargas, destacadamente soja, até o Porto de Santos.
Devo registrar o subtítulo interessante do artigo acima tratado: “As ferrovias já estiveram no cerne do cotidiano nacional – foram até berço de nosso futebol.” Com efeito, Rio Claro F. C., Paulista de Jundiaí, Ferroviária de Araraquara, Ferroviário Ituano, Nacional de S. Paulo, Noroeste de Bauru, Estrada de Sorocaba, e outros, foram clubes formados por trabalhadores ferroviários. PÁSCOA. A época está a exigir votos de Feliz Páscoa. O que faço, com alegria e firmeza. Não a de ovos de chocolate e de comida farta. Mas o renascer para a vida pregada e vivida pelo Mestre dos Mestres, num mundo em que todos se amem e se respeitem.
O Autor é Advogado (OAB/SP 25.586) e
Desembargador Aposentado (TJ/SP).
E-MAIL: oliveiraprado@aasp.org.br
Publicado em 17/04/2025, Jornal Cidade (Rio Claro/SP), Página 02.

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