“SE EVITA VIVERA …”

Evidentemente, faltou ao Capitão Presidente o mínimo de educação diplomática (também) ao manifestar sua preferência pela reeleição de Macri ao “Silon de Rivadávia”, como os hermanos referem-se à cadeira presidencial.

E tal grossura só foi superada, quando depois disse que não iria à posse dos eleitos (Alberto Fernandez e a Senhora Kirchiner – La reina Del botox).

A escolha foi dos eleitores argentinos; aos vizinhos, como nós, só resta desejar que os eleitos cumpram profunda gestão democrática, trazendo progresso e prosperidade ao país limítrofe.

E porque dizer que não irá à posse se, inclusive por seu comportamento anterior, bem pode não ser convidado?

Interessante que a isto observar não há de ofender os irmãos do Plata –  com mais de 60 anos da morte de Evita (quase Santa para os Portenhos) e uns quarenta do passamento do General Juan Perón, ambos ainda tenham influência nas eleições dos hermanos.

Quase todos os políticos de lá se dizem peronistas. Fotos enormes de Evita são exibidas em todas as concentrações eleitorais. Claro que o finado casal Perón deve ter tido inegável influência nesta última eleição, também. Embora isto seja fenômeno exclusivamente argentino.

Muito longe das eleições livres e democráticas de hoje, de nossos irmãos argentinos (pelo que devem dar graças a Deus), ocorre-me na lembrança de muitos anos, fatos de que Perón, e mais firme Evita, foram idolatrados (como ainda devem ser).

Refiro-me à época da Ditadura Argentina (no que também somos irmãos, embora por lá as mortes e torturas tenham sido muito maiores.

Hoje sem sentido, havia na época um movimento oposicionista (no que corriam grande risco de vida), e também terrorista, os Monteneros. Os quais deram bom trabalho aos ditadores de plantão.

Quando podiam, organizavam gigantescas manifestações, com seus grandes surdos ecoando alto, acompanhando o cantar enfático: “Se Evita Vivera, seria montenera”. “ Se Evita Vivera, seria montenera”. “Se Evita Vivera, seria montenera”.

Por último: se o Capitão Presidente for convidado, trate de ir à posse. Seja educado. Nossos interesses comerciais com a Argentina são grandes e não podem ser ignorados. E educação, como diziam os antigos (será que ele ouviu?) cabe em todo lugar.

Agora, desejar que nossos times (de futebol, basquete, pingue pongue, bolinha de gude, etc.), ganhem dos argentinos (preferentemente de goleada), não conta. São todos pernas de pau.

Nem falar que Pelé foi muito melhor que Maradona, como Homem e como Craque.

Autor é Desembargador Aposentado (TJ/SP) e

Advogado militante nesta Comarca (OAB/SP 25.686).

E-mail: oliveiraprado@aasp.org.br

WWW.oliveirapradoadvogados.com.br

Publicado em 14/11/2019, Jornal Cidade, Página 02

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