DIA DO FERROVIÁRIO

Inaugurada a 30 de abril de 1.854, a Estrada de Ferro Petrópolis (14 k. do Rio a Raiz da Serra), com a presença de D. Pedro II e toda Nobreza, mercê do pioneirismo empreendedor de Irineu Evangelista de Souza, o futuro Barão de Mauá, o último dia de abril passou a ser a data comemorativa do profissional de grande importância para o país e, em especial, para Rio Claro.

É certo que a antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro, cujos apitos soaram em nossa cidade desde 1.876, vive na memória dos rioclarenses, ferroviários aposentados, filhos e netos dos falecidos, e de tantos quantos viajaram em suas composições de passageiros, sobremaneira pontuais, sob o lema da Companhia (Conforto, Segurança e Rapidez), que a Paulista apregoava e cumpria.

Os ferroviários da Rumo S/A, atual operadora local, não passam de algumas centenas. Todavia, desde o começo do século passado, até suas últimas décadas, o número de ferroviários ativos em Rio Claro, era da ordem de 3.000. Considerando o porte de nossa cidade à época, não será exagero afirmar que a Paulista foi a maior empregadora de Rio Claro, em todos os tempos.

Além do pessoal das oficinas (de reparação e construção de vagões), aqui mourejavam trabalhadores das tripulações de trens (maquinistas, chefes de trens e ajudantes). Havia ainda os ferroviários do Horto Florestal e do Armazém de Abastecimento (que chegou a chamar-se de Cooperativa). Isto dos que me vêm à lembrança.

As causas do fim da Cia. Paulista, dentre as quais – sob minha ótica – sobressai a encampação pelo Governo Estadual (sabido que não existe empresário pior do que o governo) merecem muitas considerações que ainda farei.

Por ora, desejo apenas informar que o Dia do Ferroviário, em Rio Claro, será comemorado a 28 de abril, domingo, na Antiga Estação da Paulista, das 10 às 16 horas. Onde já funciona, incipientemente, o Instituto Memória Ferroviária. Para a comemoração, o Instituto conta com o apoio da Prefeitura Municipal, e das Secretarias de Cultura e de Turismo. Espera-se que também se associem à Comemoração outras entidades que bem lembram a ferrovia em Rio Claro (UFA – União dos Ferroviários Aposentados, Grêmio Recreativo dos Empregados da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Sindicato dos Ferroviários, e Banda União dos Artistas Ferroviários).

O I. M. F., recém fundado, e cuja presidência me foi confiada pela generosidade de amigos loucos por ferrovia, tem a finalidade inserta em seu próprio nome, de sorte a permitir que gerações presentes e futuras não se esqueçam do que as ferrovias representaram para o Brasil e para Rio Claro.

No dia 28 de abril haverá solenidade religiosa, exibição da Banda, exposição de peças históricas, e exibição de ferreomodelismo. Com entrada franca, pelo portão principal.

Os que comparecerem vão gostar, e matar saudades de tempos que a incúria de nossos governantes fez por acabar.

Finalizo, lembrando um dado por demais significativo, sobre o que já foi o transporte ferroviário de passageiros: em 1.930, Getúlio Vargas, Chefe da Revolução vitoriosa, foi do interior do Rio Grande do Sul, até o Rio de Janeiro, de trem. Com tropa, cavalos, armamentos, etc. E chegou a tempo. Hoje, 89 anos depois, não temos trem de passageiros de Rio Claro a Santa Gertrudes.

(O Autor é Desembargador Aposentado (TJ/SP) e

Advogado militante nesta Comarca (OAB/SP 25.686).

E-mail: oliveiraprado@aasp.org.br

WWW.oliveirapradoadvogados.com.br

Publicado em 21/03/2019, Jornal Cidade, Página 02.

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