ELEIÇÕES E PESQUISA ELEITORAL

Em se tratando de eleição presidencial, é bem de ver-se que os brasileiros não tem sido felizes na escolha, a partir de quando – superado o pesadelo da ditadura – passaram a eleger Presidente pelo voto direto.

Os muitíssimos tropeços divulgados, como impedimentos, corrupção, Lava Jato, etc., confirmam o acima registrado.

Também no que se refere ao Congresso Nacional, nosso acervo não é grande coisa. Igualmente nas eleições municipais, ressalvado que os eleitos da atual legislatura ainda não podem ser devidamente avaliados.

            Estamos às vésperas de novas eleições gerais (governador, senadores, deputados estaduais e federais). Não podemos permitir que se confirme o que Pelé teria dito (se é que disse, mas que se comenta): “ o brasileiro não sabe votar”.  Tenho pra mim que não podemos desistir.  A democracia é um permanente exercício, através do voto livre e consciente.

Mesmo os desobrigados, com mais de 70 anos ou menores de 18 anos devem ir às urnas, agora modernamente eletrônicas. É para votar, não como obrigação, mas como Direito democrático, enquanto democracia houver.

Evidentemente, cada eleitor deve pensar bem antes de decidir em quem votar. Há candidatos que são pessoas de bem, sejam os novatos, sejam os que buscam reeleição. É claro que em campanha todos se apresentam como ótimos, até com propostas impossíveis de se cumprir. O eleitor paulista, assim como o rioclarense, não se ilude com propaganda enganosa. Certamente, vai escolher bem.

Há uma questão que merece ser refletida. Enquanto não tivermos o ideal do Voto Distrital ( sobre o que ainda escreverei) não me parece bom proceder votar em candidatos que nunca estiveram em Rio Claro e que, eleitos ou não, jamais virão tomar água desta maravilhosa Cidade Azul. E que pouco ou nada fizeram por nossa cidade.

Nos últimos pleitos, praticamente todos os candidatos tiveram algum voto em Rio Claro. Ou muitos votos conseguiram os paraquedistas. Com isto, se o deputado estadual de Rio Claro não tivesse votação alhures, acabaria não eleito, com grande prejuízo para o Município.

  Mais: o triste é que desde a eleição de um certo industrial, há mais de 60 anos, não temos Deputado Federal, enquanto nosso Colégio Eleitoral supere 140.000 eleitores. Ao que me lembro, porém, aquele congressista nada fez, inclusive por Rio Claro. Será que não é isto que levou mais progresso a cidades vizinhas, com filhos no legislativo federal?

  Neste período pré – eleitoral, fico intrigado com as pesquisas eleitorais que, além de apontar os percentuais de votos para o candidato, asseguram índice de certeza e pontos de possível variação.

  Os institutos de pesquisas devem dispor de método científico que os simples mortais e eleitores não conseguem alcançar. Curioso é que, quase sempre, acertam.

  Durante toda minha vida – e lá se vão 70 meses de maio – numa única oportunidade é que pude assistir a uma entrevista em pesquisa eleitoral. Foi em 1.960, quando foi indagado de meu querido e finado pai, em quem votaria para Presidente da República, e vice.

  O velho Irineu, petebista histórico, getulista de segunda geração, foi logo dizendo que votaria no Marechal Henrique Baptista Dufles Teixeira Lott, e em João Goulart (Jango), cria de Getúlio Vargas. Como se sabe, sendo as eleições na época, separadas, Jango foi eleito vice, e Janio Quadros, presidente.

  Sobre a renúncia de Janio e a briga para a posse de Jango, é a história que fica para outro artigo.

Boa eleição, para todos.

 O autor é Desembargador Aposentado (TJ/SP),

e advogado militante (OAB/SP 25.686.)

E-mail: oliveiraprado@aasp.org.br

www.oliveirapradoadvogados.com.br

Publicado em 06/09/2018, Jornal Cidade, Página 02.

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