CORRUPÇÃO UNIVERSAL. IMPUNIDADE NACIONAL

A corrupção generalizada que vem sendo noticiada, diariamente, há um bom tempo, por todos os meios de divulgação, e relativamente aos políticos em geral (é claro que há exceções, felizmente), está por assustar todas as pessoas de bem, que constituem ainda a grande maioria de nosso povo.

Não se pode dizer que nunca a malversação do erário chegou a tanto, mas é bem provável, pelo que os mais idosos como eu nunca viram e ouviram,  e menos ainda a história conta. Estamos em nível recordista.

Isto me lembra o que falava o saudoso e querido colega João Roberto David, então Juiz de Direito da 3ª  Vara Cível da Comarca de Jundiaí, em 1980/82 e a quem,  como Juiz Substituto, tive a honra de auxiliar.

Dizia João David, com seu elevado senso de humor, louvando-se no que teria dito o genial Millor Fernandes (o que nunca consegui conferir) afirmando “ a corrupção  é universal, mas a impunidade é bem brasileira, e  em não sendo possível acabar com a corrupção, locupletemo-nos todos”.

João David,  mercê de suas excelsas qualidades, está convocado para integrar uma das Turmas Julgadoras no Tribunal do Juízo Final. Caso se  digne  baixar os olhos para este nosso País (cujo futuro de grandiosidade há de chegar)  deve concluir que suas afirmações, quase quarenta anos depois, mereçam alguns reparos, já que prisão de muitos figurões nunca se imaginou acontecer.

Como ouvi  de Ricardo Boechat, famigerado apresentador da TV Bandeirantes, pela primeira vez estão sendo presos os “moradores do segundo andar”, o que não deixa de ser animador. Em especial para quem já ouviu que neste país só se prendia ladrão de galinhas, querendo dizer que só eram punidos os  criminosos de pequeno porte.

Em resumo: estamos vendo o nunca visto: a punição de muitos corruptos.

É claro que a corrupção não vai acabar apenas com a Lava Jato e Operações que tais, mas a prisão de muitos tubarões da política tem sido exemplar e digna de aplausos. É de se esperar, nestes tempos,  que a adesão e o locupletamento  acima ventilados não sejam significativos, ao menos por um bom tempo.

As punições aplicadas, todas — ao que se sabe — rigorosamente nos limites da lei,  mostra que o Poder Judiciário, de um modo geral, está cumprindo sua obrigação.

Haverá quem diga — como descarada tentativa de demonstrar ser quadrado o redondo — que a prisão de um ou outro prócer, foi por razões políticas. Mas todos sabem que não é bem assim.

Vemos corruptos e corrupção entre os  Membros do Poder Legislativo  e do Executivo.

Se é verdade que onde está o homem o pecado se encontra, tenho esperança na Divina Providência  de que meus olhos – enquanto não cerrados para sempre —  jamais vejam Magistrados manchando suas togas,  como sujas estão as mãos de muitos políticos.

Ressalvo, mais uma vez,  que há muitas exceções, Graças a DEUS.

Mas espero ver superlotação  nas prisões federais da República de Curitiba.

 

O autor é Desembargador Aposentado (TJ/SP) e

Advogado Militante (OAB/SP 25.686).

E-mail: oliveiraprado@aasp.org.br

WWW.oliveirapradoadvogados.com.br

Publicado em 12/07/2018, Jornal Cidade, Página 02.

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1 Resultado

  1. Ester Teixeira disse:

    Tomara que o nosso povo possa presenciar tal mudança a que o seu artigo se refere. Deus salvei o Brasil!!!

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