SINDICATO DOS TRABALHADORES RODOVIÁRIOS

Participei da fundação do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Rio Claro. Redigi o edital de convocação da Assembleia de Fundação da Associação Profissional dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Rio Claro, que se deu em 09.06.75.

Também a ata da Assembleia de Fundação, Estatutos, requerimento ao Ministério do Trabalho, etc. A legislação da época exigia que se fundasse, primeiramente, a Associação Profissional. Após, preenchidas algumas condições (a principal era a de reunir em seus quadros associativos um terço dos trabalhadores na categoria), a entidade poderia pleitear sua transformação em Sindicato, para o que era necessária a aprovação do Ministério do Trabalho. Os mesmos documentos no caso da transformação em Sindicato, também ficaram a meu cargo.

A ideia da fundação foi — -se bem me lembro – de Nelsinho Acorsi, hoje taxista com ponto no Mercado Municipal. Nelsinho era muito amigo de José Carlos Fuzaro, então taxista no mesmo Ponto e, hoje na eternidade (que Deus o tenha).

Fuzaro, Nelsinho e outros motoristas empregados da Skol/Caracu eram amigos porque o portão de cargas daquela importante Cervejaria (que nossa cidade acabou perdendo), ficava bem próximo do Mercado.

E Fuzaro foi um dos fundadores de entidade dos condutores autônomos (e seu Presidente na época).

A assembléia de fundação, realizou-se no meu escritório, então à Rua 5 n. 1.266 (esquina da avenida 4), também sede dos Sindicato dos Condutores Autônomos. Lembro-me que naquela assembléia, Durvalino Amaro foi eleito presidente. Participaram da Assembleia e da primeira diretoria, além de Durvalino,  Alcides Stein, AntonioVarussa, Damião Degéa, Antonio Marques, e outros que, após tanto tempo, não me lembro. Nelsinho, desligado da Skol/ Caracu, e trabalhando como taxista autônomo, não pôde participar, nem como sócio e menos ainda como diretor.

Logo depois de meu ingresso na Magistratura (13/11/79), quando deixei de advogar também para esta e outras entidades sindicais, deu-se a transformação em Sindicato, sendo a Carta Sindical datada de 09.04.80.

Reconhecido o Sindicato, ocorreu a eleição da primeira diretoria quando, merecidamente, Antonio Marques (que, no carinho dos colegas era chamado de Macarrão), foi eleito presidente do Sindicato. Sendo que ele já fazia parte da diretoria da Associação

Tenho pelo Sindicato o carinho enorme que dedico a um filho. Fico contente que os trabalhadores de categoria estejam bem representados por seus diretores. Antonio Marques, após muitos anos de eficiente e profícua presidência, há vários anos chamado pelo Todo Poderoso, e o Sindicato hoje é presidido pelo Valdemar Neuton, coadjuvado pelo Levi.

Permito-me apresentar duas correções ao que o Sindicato vem afirmando há algum tempo, quiçá por desconhecimento de seus atuais dirigentes.  A data de fundação da entidade é 09 de junho de 1975, pois nesta é o que se deu a fundação da Associação Profissional, sem o que não haveria Sindicato, na legislação da época.

Por outro lado, o prezadíssimo Antonio Marques (que DEUS o tenha), credor de toda minha admiração e apreço, não foi o fundador do Sindicato. Foi um dos. Do contrário, seria ofender a dedicação e a coragem de outros igualmente valorosos colegas da categoria, além dos acima lembrados. Não é demais observar que a Associação Profissional foi fundada durante a ditadura, quando os Sindicalistas não eram bem vistos pelos poderosos de plantão.

No ano passado ofereci à Biblioteca do Sindicato alguns boletins informativos da entidade (da época de sua fundação e até sua transformação em sindicato), que estavam entre meus guardados, e que contam muito desta importante sociedade sindical, em seus primórdios.

 Irineu Carlos de OLIVEIRA PRADO

Desembargador Aposentado (TJ/SP).

Advogado militante nesta Comarca.

e-mail: oliveiraprado@aasp.org.br

Publicado em 14/06/2018, Jornal Cidade, Página 02.

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